Técnicas de Necropsia
em Aves Marinhas
Oprojeto
Breve Histórico
No Brasil, no litoral Setentrional do estado do Rio Grande do Norte, existe uma península onde se localiza o município de Galinhos.
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O município, o qual possui vastas áreas de mangue e restinga, é visitado por aves migratórias que utilizam a região como ponto de parada de alimentação e descanso.
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A partir de 2010, através do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia Potiguar (PMP-BP), executado pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN), começou a se registrar uma alta frequência de aves feridas na faixa de praia.
As aves eram em sua maioria do grupo dos trinta-réis e as lesões no corpo sinalizavam indícios de colisão com algum obstáculo. Logo se verificou a presença de uma linha de energia cruzando a praia como a fonte dos acidentes.
Muitas dessas aves possuíam anilhas americanas, indicando que eram aves migratórias que faziam parte de populações que reproduziam nos EUA. Ao se reportarem os casos às instituições americanas que estudam os animais, iniciou-se um diálogo para entender melhor a situação e elaborar um plano de mitigação afim de reduzir ou eliminar os eventos de colisão.
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as aves
Trinta-réis-róseo
De cor predominantemente branca, e com a região superior da cabeça preta, os trinta-réis são aves carismáticas que encantam admiradores de todo o mundo.
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A espécie Sterna dougallii, conhecida como trinta-réis-róseo, gaivotinha, andorinha-branca ou andorinha-do-mar-rósea pode pesar cerca de 119 gramas e possuir 79 cm de envergadura. Elas surpreendem pela capacidade de migrar grandes distâncias todos os anos. Pouco antes do início do inverno rigoroso do Hemisfério Norte, elas voam de países como Canadá e Estados Unidos, e migram para a América do Sul em busca de um clima mais ameno, fartura de alimentos e bons locais de descanso.
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E o que acontece quando a temporada de inverno no Hemisfério Norte chega ao fim?
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Elas batem asas de volta para lá e iniciam a temporada de reprodução, que é quando esses animais se reúnem em colônias de nidificação e realizam esforços para perpetuar a espécie.
IMAGEM DO MARCADOR E DA EQUIPE MONITORANDO
Os Trinta-réis-róseos são aves marinhas.
Mas... Como aves podem ser animais marinhos?
Para ser um animal marinho é necessário que o animal dependa de recursos que sejam advindos do mar e possuam adaptações para viver nesse ambiente (como glândulas de sal, no caso das aves marinhas). Os trinta-réis se alimentam de peixes do ambiente marinho. Durante a maior parte do dia forrageiam no mar, já a noite descansam em em praias e bancos de areia. É por isso que são consideradas de aves marinhas.
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Para capturar ou pescar os peixes, os trinta-réis sobrevoam o mar em observando a água em busca de cardumes de pequenos peixes que fazem parte da sua dieta. Quando elas enfim encontram os peixes, realizam mergulhos de pouca profundidade, capturam os peixes com o bico e voam em busca de mais peixes.
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A marcação da
linha de energia
e o monitoramento​
A medida mitigatória idealizada para a problemática das colisões foi a marcação da linha de distribuição com sinalizadores reflexivos. O objetivo da instalação dos marcadores foi tornar os fios mais visíveis e com isso eliminar ou reduzir as colisões das aves. Após a sinalização da linha, foi proposto então o seu monitoramento a fim de avaliar a efetividade da medida assim como das diferentes disposições em que os marcadores foram colocados.
Atividades complementares também se somaram ao monitoramento da linha de distribuição de energia de Galinhos. Novas áreas de risco foram identificadas e, a partir desse momento, foi executado o monitoramento de uma nova linha de energia em um trecho da rodovia estadual RN-402. E além disso, foram realizados estudos de observação de Trinta-réis em cinco pontos da região da península de Galinhos para identificar como se dá a utilização que as aves fazem da área.